Março Amarelo: Qual tratamento indicado para a Endometriose?

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9 de fevereiro de 2022

Durante este mês comemoramos o Março Amarelo, uma campanha voltada para a conscientização sobre a endometriose, reforçando a importância da realização de exames preventivos para evitar o desenvolvimento da doença.

Este é o nosso segundo artigo sobre endometriose, no primeiro abordamos uma visão geral sobre a doença, seus sintomas, causas e diagnósticos, você pode conferi-lo clicando aqui

Agora queremos abordar um pouco mais sobre o tratamento da endometriose, qual a melhor forma de fazê-lo e que fatores ajudam. Continue a leitura e confira. 

Como identificar a endometriose? 

A endometriose é uma doença inflamatória crônica provocada por células do endométrio (tecido que reveste o útero) fora da cavidade uterina, podendo se localizar no peritônio (tecido que reveste os órgãos abdominais) ou invadir tecidos como os do intestino, bexiga, trompas, ovários e ligamentos pélvicos. 

Essa doença tem uma origem incerta e complexa, podendo iniciar desde a adolescência e percorrendo toda a vida reprodutiva da mulher. Por isso também, ela ainda não tem cura, mas possui opções de tratamento e acompanhamento médico.

A endometriose possui alguns sintomas característicos que ajudam a fazer o diagnóstico. Os principais são: 

  • Dismenorreia: dor em forma de cólica durante o período menstrual que pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais; 
  • Dispareunia: dor durante as relações sexuais, principalmente de profundidade; 
  • Disquezia: dor ao evacuar ou alterações intestinais durante a menstruação; 
  • Disúria: dor ao urinar ou alterações urinárias durante a menstruação; 
  • Dificuldade de engravidar: a infertilidade está presente em cerca de 50% das mulheres com endometriose; 
  • Dor pélvica crônica.

O tratamento da endometriose

Normalmente o tratamento da endometriose é dividido entre clínico ou cirúrgico. A escolha sobre qual deles deve ser seguido dependerá da fase da vida da mulher, do desejo de gestar, da sintomatologia e da gravidade da doença.

Tratamento clínico 

Este tratamento é baseado no bloqueio hormonal, causando amenorréia (parada da menstruação). Pode ser realizado por diversos tipos de medicamentos (progestágenos, anticoncepcionais orais combinados, DIU de levonorgestrel, etc). 

A escolha de qual medicação usar deverá ser individual e contextualizada, observando as contra indicações e os efeitos colaterais possíveis para esse tratamento. 

Caso a paciente melhore com o tratamento clínico, ele deve ser mantido até a menopausa, a manos que ela queira engravidar. Caso isso aconteça, a mulher deve tentar ficar grávida de 6 meses até 1 ano espontaneamente, dependendo da idade em que se encontra. Caso isso não seja possível, ainda há a possibilidade de buscar medidas de reprodução assistida.

Tratamento cirúrgico

Já nos casos de pacientes que não melhoram clinicamente após 6 meses a 1 ano de tratamento clínico, então a cirurgia passa a ser indicada. O tratamento consiste em uma cirurgia minimamente invasiva, laparoscópica e que precisa ser realizada a exérese de todas as lesões visíveis, pois idealmente ela deve ser única na vida da mulher. 

Por isso a indicação deve ser bem precisa e no momento correto. Além disso, não há necessidade de histerectomia e ooforectomia nesses casos, a depender sempre da individualização e das lesões nesses órgãos, assim como a idade e o desejo reprodutivo.

Fora os casos em que o tratamento clínico não funciona, pacientes assintomáticas também podem precisar de cirurgia, como aquelas que possuem:

  • Endometriose em ureter 
  • Endometriose em apêndice ou ileo 
  • Endometriomas ovarianos grandes 
  • Endometriose em intestino grosso maior que 50% da circunferência da alça. 

Fatores que ajudam o tratamento

Durante o tratamento clínico existem alguns fatores que podem ajudar no dia a dia da mulher com endometriose, como por exemplo:

  • Observar quais fatores precipitam a dor e assim, tentar evitá-los. A ingestão de algum alimento ou a realização de alguma atividade desencadeia ou aumenta a intensidade da dor? 
  • Além das terapias instituídas, algumas medidas simples podem ajudar no alívio da dor, como uso de compressas, meditação e gerenciamento do estresse. 
  • Pela proximidade com a região pélvica a saúde intestinal tem grande influência nesta região. O consumo de alimentos fonte de fibras como a aveia e os grãos integrais, assim como a água ajudam no bom funcionamento. Além disso, as bactérias colônicas probióticas têm a capacidade de produzir substâncias anti-inflamatórias como o butirato. 
  • Uma boa noite de sono é fundamental para permitir o descanso e a produção de melatonina (importante hormônio antioxidante). A privação do sono, por tempo ou qualidade, afeta nosso sistema imunológico (de defesa), além de aumentar a sensação de dor. 
  • O estresse crônico é prejudicial por aumentar a demanda por nutrientes e afetar a imunidade. Assim, além da deficiência nutricional pode influenciar o aparecimento e crescimento de lesões de endometriose. Invista em atividades como meditação, relaxamento e atividades esportivas podem auxiliar nesse controle.
  • O exercício influencia na produção e controle de alguns hormônios e substâncias antioxidantes que aumentam a sensação de prazer, bem estar, e reduzem a percepção de dor. A inclusão dos alimentos antioxidantes (frutas e vegetais em geral) também agem com este propósito. 

A Clínica Salvata conta com os melhores profissionais em ginecologia para lhe assistir durante o tratamento, em caso de qualquer sintoma entre em contato conosco e marque uma consulta. Também não deixe de ir regularmente ao ginecologista para manter a sua saúde em dia. 


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