Incontinência Urinária: saiba tudo sobre essa condição

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Clinica Salvata

12 de março de 2024

O que é e o que causa a Incontinência Urinária?

A Incontinência Urinária é quando ocorre a perda involuntária de urina. Com maior prevalência em mulheres, essa condição pode afetar tanto as mais velhas quanto as mais jovens. 

Pode variar em gravidade, desde pequenos vazamentos até uma perda total do controle da bexiga. As causas variam e dependem do tipo específico da condição, mas as mais comuns incluem: 

  • enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico devido ao envelhecimento, gravidez ou parto normal;
  • tumores malignos ou benignos;
  • Irritação ou inflamação da bexiga devido a infecções urinárias, cistite intersticial ou pedras nos rins;
  • aumento da pressão sobre a bexiga devido à obesidade, à tosse crônica, à constipação crônica ou ao levantamento de peso.
  • alterações hormonais, como a menopausa;
  • bexigas hiperativas;
  • fatores psicológicos, como estresse, ansiedade ou depressão. 

 

Tipos de Incontinência Urinária

Dentre os principais tipos de Incontinência Urinária, temos: 

  • Incontinência Urinária de Esforço: perda involuntária de urina ao tossir, espirrar, rir, levantar objetos ou durante atividades físicas;
  • Incontinência Urinária de Urgência: necessidade intensa de urinar, frequentemente acompanhada pela perda de urina antes de chegar ao banheiro;
  • Incontinência Urinária Mista: uma combinação de Incontinência Urinária de Esforço e de Urgência;
  • Incontinência Urinária de Transbordamento: ocorre quando a bexiga não se esvazia completamente, resultando em vazamentos constantes ou gotejamento de urina;
  • Incontinência Urinária Funcional: problemas físicos ou mentais que impedem uma pessoa de chegar ao banheiro a tempo.

 

Diagnóstico

O diagnóstico da Incontinência Urinária geralmente se inicia com uma consulta médica, na qual são feitas perguntas sobre os sintomas e histórico médico da paciente. 

Logo após, o médico pode solicitar exames físicos e testes específicos para quantificar o volume de perdas e determinar o tipo e a causa dessa incontinência.

  • Exame físico: o médico pode realizá-lo para avaliar a saúde geral da paciente e procurar sinais de problemas que possam contribuir para a Incontinência Urinária, como infecções urinárias, prolapso de órgãos pélvicos ou fraqueza dos músculos do assoalho pélvico;
  • Exame de urina: uma amostra de urina pode ser coletada e analisada para procurar sinais de infecção ou outros problemas que podem estar contribuindo para a Incontinência Urinária; 
  • Diário Miccional: a paciente pode ser solicitada a manter um diário detalhando a frequência urinária, os episódios de incontinência e outros sintomas relacionados;
  • Estudo Urodinâmico: é um exame capaz de medir a capacidade de armazenamento e esvaziamento de urina pela bexiga, avaliando a sensibilidade do órgão, o nível de enchimento máximo, a elasticidade e as possíveis contrações involuntárias da bexiga;
  • Ultrassonografia: pode ser usada para avaliar a estrutura e a função da bexiga e dos órgãos pélvicos. 

 

Estudo Urodinâmico

Esse exame é feito em 3 fases, e cada uma delas é essencial para o diagnóstico preciso e para que seja indicado o melhor tratamento.

  • Fase 1: a paciente deverá iniciar o exame com a bexiga confortavelmente cheia. Primeiro, irá urinar em um ambiente reservado para a avaliação do seu esvaziamento vesical;
  • Fase 2: essa fase inicia com a passagem de uma sonda vesical para o enchimento da bexiga, e uma sonda retal para verificar a pressão abdominal. Durante o enchimento vesical, a paciente realizará manobras de esforço, como tossir;
  • Fase 3: a paciente iniciará a última etapa do procedimento quando estiver com desejo forte de urinar, que consiste em esvaziar a bexiga sentada em uma cadeira de fluxo. 

A duração do exame é de aproximadamente 30 minutos. O laudo do exame é emitido no final do procedimento. 

 

A Incontinência Urinária tem cura?

A maior parte das causas da Incontinência Urinária tem uma cura ou possui um tratamento que diminui eficazmente a frequência e a quantidade de perdas involuntárias.

 

Tratamentos para a Incontinência Urinária

Os tratamentos para a Incontinência Urinária variam, pois dependem do tipo e da gravidade da condição, bem como das causas. Na maioria dos casos, é indicado o acompanhamento com uma fisioterapeuta especializada em assoalho pélvico. 

Pode ser necessário também o uso de algumas medicações e dispositivos, e, em casos mais graves, pode ser indicado um tratamento cirúrgico.

Nesse caso, o procedimento é feito através de uma cirurgia minimamente invasiva, que, na grande maioria das vezes, envolve apenas incisões vaginais, em que é feita a posição de um sling para a sustentação do canal da bexiga, a uretra, impedindo, assim, a perda de urina ao esforço. 

A literatura traz uma taxa de sucesso bastante elevada para esse método de tratamento, que é, hoje em dia, considerado o tratamento padrão ouro para a Incontinência Urinária de Esforço. 

Para se obter um maior sucesso no tratamento, é necessário abordar vários aspectos da vida da mulher, como corrigir alguns hábitos alimentares, ajustar a ingestão hídrica, melhorar o hábito intestinal e usar o estrogênio vaginal, quando necessário. 

 

Fisioterapia Pélvica para a Incontinência Urinária

A fisioterapia pélvica envolve exercícios específicos destinados a fortalecer os músculos do assoalho pélvico, melhorar a coordenação muscular e aumentar a sensibilidade e o controle sobre esses músculos. 

As principais estratégias fisioterapêuticas utilizadas para a prevenção e tratamento da Incontinência Urinária incluem:

  • Uroterapia;
  • Treinamento Muscular do Assoalho Pélvico;
  • Eletroestimulação;
  • Exercícios de Kegel;
  • Biofeedback.

Outros recursos poderão ser adicionados de acordo com o tipo de incontinência e sintomas da paciente. 

 

Incontinência Urinária em Atletas

Existe um grupo de mulheres que estão sujeitas a um risco maior de apresentar Incontinência Urinária: as atletas. 

Isso se dá por diversos motivos, mas, principalmente, pelo fato de apresentarem uma grande contração do músculo abdominal, sem aumentar também a força dos músculos perineais. 

Além disso, as atividades de alto impacto também aumentam a chance de apresentar Incontinência Urinária. 

Alguns estudos mostram, por exemplo, a prevalência de até 75% de Incontinência Urinária em jogadoras de vôlei. Outros esportes de grande impacto também estão associados a esse risco, como o basquete, a ginástica, o futebol, o crossfit e o tênis.

Essas pacientes merecem uma atenção especial, uma avaliação especializada e a funcionalidade do assoalho pélvico deve ser sempre reforçada para prevenir o surgimento dessas disfunções.  


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